Jean Ziegler: "Só a pressão extrema da UE pode acabar com o sigilo bancário na Suíça"

Entrevista ao escritor que denunciou há 25 anos a situação do sistema financeiro suíço no livro "A Suíça Lava mais Branco".
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Jean Ziegler não acredita que o sigilo bancário acabe em 2018, porque o sistema financeiro "controla" o Parlamento suíço. "Sem recursos naturais", o dinheiro é a "matéria-prima" da economia suíça. Dinheiro com origem em oligarquias, ditaduras, cartéis de droga e máfias, acusa o antigo professor das universidades de Genebra e Paris.

O professor referiu em várias entrevistas que a divulgação do SwissLeaks é apenas a "ponta do icebergue" em relação ao sistema financeiro suíço. O que se segue?

Apenas conhecemos os dados de um banco, o HSBC. Os outros bancos trabalham exatamente da mesma maneira. O Crédit Suisse e o UBS, por exemplo, seguem o mesmo modelo, tendo em conta o sigilo bancário.

Mas está previsto o fim do sigilo bancário na Suíça para 2018.

Não acredito nisso. Em 2018, é suposto haver uma convenção de troca automática de informações, que tem de ser aceite pelo Parlamento suíço. Mas este está dominado pelo sistema financeiro. A Suíça é a única democracia na Europa em que não há incompatibilidade de funções para os deputados. Não são profissionais. Fui deputado durante vários anos e, ao mesmo tempo, fui professor na Universidade de Genebra, que era a minha principal fonte de rendimentos.

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